Abelhas nativas em crise de habitação
Conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão, ou meliponíneos, nossas abelhas sociais nativas estão virando sem-teto. E a culpa é de quem, adivinhem? Do ser humano, claro. Grande parte faz sua colméia em ocos de árvores e, com o desmatamento aumentando, estão ficando sem casa. E sem direito a crédito imobiliário e saque no FGTS. Todo o ecossistema sai perdendo com isso. As abelhas sem ferrão são responsáveis por 40 a 90% da polinização das árvores nativas. No sítio, estamos tentando obter novas colônias e encontramos um ótimo site sobre o assunto, chamado Laboratório de Abelhas, da Usp. Lá, tem um guia ilustrado com as espécies e, em publicações, um grande achado: o conteúdo completo do livro “Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão”, de Paulo Nogueira Neto, considerado a bíblia dos meliponicultores. O endereço é : http://eco.ib.usp.br/beelab/.
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Ô água boa!!
Finalmente, chegou o tempo das águas! Praticamente todos os dias, no fim da tarde, a chuva está dando o ar da sua graça. E que graça. As plantas parecem até sorrir, confirmando o velho ditado da roça de que como água de chuva não tem outra. Até uma bananeira que julgávamos perdida, renasceu. Córregos e brejos também já começaram a encher novamente, nos deixando mais aliviados quanto ao suprimento de água. Ufa!!
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Novos parceiros
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Massa refratária natural
Para fazer a limpeza, era preciso tirar a tampa do fogão e aí surgiu a dúvida: como recolocar a peça se não tínhamos massa refratária para fazer a junção novamente e evitar que a fumaça escapasse? Meu sogro deu a resposta rápida: tabatinga. O resultado foi perfeito. A tabatinga fez o papel da massa sem problemas e sem vazamentos. E fica aqui uma dica para quem pensa em comprar fogão a lenha. Na hora da manutenção, será mais fácil se o fogão tiver uma abertura na tampa que dê acesso à chaminé. Alguns modelos têm (o nosso não, infelizmente!). E se optar por um chapéu de barro, não adianta colocar quilos de massa para uni-lo às manilhas. Quando houver entupimento, o chapéu vai ter que sair de lá.
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Lições da estiagem
Bill Molison já disse que as “necessidades básicas importantes como suprimento de água, alimentação, energia e proteção contra o fogo deveriam ser supridas em duas ou mais formas”. Está lá no livro “Introdução à Permacultura”, na página 21. Na época das chuvas, em que água é abundante e o único fogo que vemos é quando se acende o fogão a lenha, é fácil não dar o devido crédito a essa recomendação ou deixar para depois. Mas esse alerta é muito importante e deve constar sim no planejamento da propriedade, inclusive como um item prioritário. Nós, por exemplo, estamos vendo a necessidade de contar com um sistema de captação e armazenamento de água de chuva e de proteção contra o fogo. Por mais fértil em água que o sítio seja, o fornecimento deve sim ser suprido por mais de uma forma e uma barreira contra fogo deve ser implementada, com açudes, vegetação rasteira, estradas, etc.
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Fogo por todos os lados
Se a água sumiu, o fogo tem aparecido por aqui com toda a força. Vimos focos de queimadas por toda a região e um deles atingiu parte da propriedade de um conhecido. É um cenário que parece de guerra. Árvores retorcidas, cheiro de mato queimado, fumaça. Parece que caiu uma bomba. E, pensando bem, foi mesmo. Uma bomba fabricada por nós, seres humanos, mais uma vez.
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Água por um fio
Estamos há quase dois meses sem uma boa chuva, daquelas que molham bem o solo, deixam um cheirinho de terra molhada no ar e o clima fresco. Para não dizer que não choveu, houve alguns episódios de chuvisco leve, que não molhou o solo, não deixou cheiro de terra molhada e nem refrescou a temperatura. Sem a água do céu, a água aqui na terra vai sumindo, sumindo, sumindo... E é o que está acontecendo no sítio. Estamos acompanhando a nossa nascente principal diminuir dia após dia. Na cidade, diariamente o fornecimento de água é interrompido por algumas horas. O calor parece de verão, embora estejamos na primavera. Já houve quem nos contasse estar há 13 anos em São José do Barreiro e nunca ter visto seca tão grande como a deste ano. Conversamos com alguns moradores da área rural sobre a estiagem e a falta de água e eles já encontraram uma solução para o problema. Pensamos logo: “ah, agora vão pensar em reflorestar nascentes, proteger rios, fazer manejo ecológico de pastagens”. Que nada! A saída que todos dizem é: “Vamos cavar um poço!!”. Mas essa prática saída, nos deixa uma dúvida: e o nível do lençol freático também não está diminuindo?
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Tempo de plantar
No campo, a água é tão importante para o plantio que, em vez de inverno e verão, divide-se o tempo em época das águas e época da seca. Agosto é o fim da seca e setembro, o início das chuvas. Por isso, este mês também é tempo de preparar a terra para receber o cultivo. Aqui, no próximo mês (setembro)planta-se principalmente feijão, milho e amendoim. O método mais usado é a queima do solo, seguida de capina. Pensamos que queimar o solo destrói também parte de sua vitalidade e queremos optar por uma roça sem fogo. Vamos usar também mais consórcios e adubação verde. O primeiro passo nosso agora é fazer uma análise de solo com o objetivo de verificar os nutrientes da terra que vamos plantar. Em São Paulo, a Casa da Agricultura oferece esse serviço e orienta como retirar a terra para análise. Custa R$ 15,00 a análise simples e R$ 30,00 a completa. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) também, mas é preciso arcar com os custos do envio da terra pelo correio.
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Observações do mês de julho
Os dias continuam curtos e as noites, longas. O vento enfraqueceu e o orvalho também diminuiu. A chuva está escassa. Durante mais de 15 dias não choveu uma gota. Após esse período, caiu uma chuva fraca, insuficiente para molhar a terra, e seguiu-se novo período de seca. Na cidade, a área de captação de água está baixa.
Há mais flores na mandala: de rúcula, mostarda, couve chinesa, brócolis. As borboletas estão sumidas, mas as flores são disputadas pelas abelhas.
As abelhinhas sem ferrão que moram no bambuseiro ensaiaram um enxame mas não trocaram de casa. Disseram que podia ser "vôo nupcial".
Estamos fazendo experiências com cultivo de flores.
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"A gente sabe, a gente faz" - adendo
Depois de postar o tópico abaixo, enviei um e-mail ao Sebrae (rural@sebrae.com.br) perguntando se poderiam enviar um Cd com os áudios dos programas. Estava 99% certa de que não seria atendida. Mas fui! Eles me responderam no mesmo dia, solicitando meu endereço e afirmando que enviariam o Cd. Parece que, enfim, vou saciar a minha curiosidade sobre os outros programas que não ouvi.
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"A gente sabe, a gente faz"
Mãe é realmente tudo de bom. Foi ela quem me avisou que o Sebrae estava veiculando um programa destinado aos agricultores familiares, com informações sobre como plantar melhor, calcular custos, diversificar a produção e proteger o meio ambiente. Infelizmente, não tinha rádio na época da veiculação (agora ela me deu um) e não pude ouvir. Mais uma vez, provando que mãe é realmente tudo de muito bom, ela gravou alguns programas, não todos porque o gravador deu problema. Os que eu ouvi, gostei muito. É uma linguagem fácil, para gente do campo. Quem comanda é o contador de causos Rolando Boldrin, lembram dele? Foram 40 capítulos no total.
Procurando na internet, achei os arquivos disponíveis na Rádio Câmara, da Câmara dos Deputados de Brasília. Mas não consegui ouvir, talvez por causa da minha pobre conexão discada. Se alguém ouvir, comente o que achou. Para acessar, entrem em http://www2.camara.gov.br/radio e digitem a gente sabe, a gente faz no campo de pesquisa do menu à esquerda.
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Consórcio de quintal
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A horta-mandala está bombando!
Já estamos colhendo os frutos, ou melhor, as verduras, da primeira parte da nossa horta-mandala. Está tudo lindo: brócolis, mostardas (enormes!), rúculas (muitas rúculas!), salsas lisa e crespa, erva-doce, cenoura, beterraba... São mais de 30 variedades. E sem registrar nenhum ataque grave de insetos, mesmo nas mais sensíveis, como as couves . Apenas as acelgas ficaram com algumas folhas picadas, mas nada que inviabilize o consumo. A parte 2 da mandala também já está bonita. O plantio e transplante das mudas foram feitos em uma lua crescente.
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Filtro em construção
Estamos construindo um filtro de águas cinzas, usando ferrocimento. Falta agora colocar brita, carvão e plantar. Por enquanto, estamos direcionando a água do chuveiro e da pia da cozinha para a terra mesmo. Não usamos óleo, nem gordura. E só usamos sabão de coco, nem shampoo, ou produtos de limpeza. Por isso, cremos que não estamos agredindo a terra. O filtro é para que fique ainda mais limpa e possamos utilizá-la para outros fins. Abaixo, algumas fotos do processo (as datas nas fotos saíram trocadas na câmera).
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Observações do mês de junho
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Lições da roça
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Marcadores: Vizinhos
TEMPO
O TEMPO É AGORA AGORA É O TEMPO ELE PASSA JUNTO COM VOCÊ SE NÃO FOR PERFEITO NAQUILO QUE FOR POSSÍVEL COMO FAREI A VERDADE TRANSPARECER ?
O TEMPO VAI INDO ESTOU PARADO MAS OLHO UM FUTURO QUE VAI DEIXAR SAUDADES, DE UM PRESENTE QUE PODIA SER VERDADE
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Marcadores: Reflexões
"Meus atos me matam"
O homem não pode ser incluído no reino animal porque os animais não são: egoístas, individualistas, materialistas. O homem mata e não sabe porque matou. O homem mata água. O homem mata o ar. O homem mata a árvore. O homem mata a terra. O homem mata o animal. O homem mata ...
O homem mata o homem!
O QUE EU MATEI HOJE?
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Marcadores: Reflexões
A verdade dos seres humanos
Nós estamos presenciando as pessoas buscando a felicidade fora do seu próprio ser. A verdade não está nas "coisas", por exemplo, em um carro, em uma casa, e sim no ato de refletir sobre o valor que se deposita nessas "coisas".
Solução para o lixo = o que estou sujando, consumindo, por que produzo tanto lixo? O que poderia fazer para que o meu corpo não consuma tanta coisa que ele não precisa?
Solução para "tudo" = sentir, pensar e fazer
VOCÊ SE AMA ?
Escuta o quê? Fala o quê? Pensa o quê? Sente o quê? Verdade é o quê?
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Marcadores: Reflexões
Hortas em mandalas
Nossa horta segue o formato de horta-mandala, sugerido pela permacultura. Metade dela está pronta e a outra metade está na fila. Na parte já feita, plantamos em consórcio (com cuidado para não misturar plantas inimigas juntas) e inserimos ervas como boldo e confrei para confundir os insetos. Também fizemos outros círculos de plantio: de batata-doce com girassol e gergelim nas bordas e de frutos e bananeiras. Procuramos não tirar muito o mato em volta para evitar insetos. E tem dado certo. Uma vez uma proprietária de um sítio orgânico nos disse que não existe praga, existe inseto com fome.
Também estão prontos três círculos de bananeira, dois menores e um maior, onde plantamos, no centro, em formato de ferradura, amendoim.
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À luz de velas
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Salve o lobo-guará!
Durante um tempo, um lobo-guará esteve por nossas bandas. Vimos nosso vizinho por três vezes. Ele vinha da parte de baixo e caminhou até a mata que fica ao nosso lado, na parte de cima. Sempre no mesmo horário, logo que amanhecia. Plantamos mudas de lobeira para agradar o nosso vizinho ( como o nome já diz fruta de lobo é algo que eles gostam de incluir no cardápio), mas já não o vemos mais há algum tempo. Talvez tenha se mudado para outro local. Esperamos que não tenha tido o destino de outros lobos na cidade. Lá, quando se fala em lobo-guará, a resposta quase sempre é "ih, lobo tem muito por aqui. Tem que matar porque ataca as galinhas e dá muito prejuízo".
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Nossos vizinhos
Estamos rodeados de áreas de pasto, cujos únicos moradores são bois. No sítio, temos como companheiros, entre outros, um tico-tico (ou "tica-tica"?), um bando de 15 anus e um pássaro preto com penas amarelas no rabo, que nos disseram ser uma gralha. Todos moram no bambuseiro ao lado da casa. Os humanos mais próximos ficam a uns 40 minutos de caminhada. São gente simples, de roça mesmo e é muito bom conversar com eles.
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O Sítio Perfeição
São 7 alqueires, "mais ou menos", como diz a escritura, a 1.200m de altitude, entre as Serras da Bocaina e de Formoso, a 8km de São José do Barreiro-SP, onde nasceu a mãe do Salgueiro. Aliás, o sítio fica ao lado das terras que eram do avô Domingos Salgueiro e que ficaram para os herdeiros, embora eles pouco as visitem. Temos uma linda visão das montanhas da Serra da Bocaina e, à nossa frente, da Serra da Mantiqueira. Nos dias nublados esses montes parecem ilhas em um imenso lago branco. No ponto mais alto do sítio, a 1.400m, é possível avistar a Serra de Formoso, a represa do Funil e a cidade de Barreiro, lá embaixo. No terreno, há uma nascente de água pura e gelada, que desemboca em um dos rios onde é captada a água da cidade. Há algumas áreas de mata, mas a visão predominante é a mesma dos locais que foram sempre usados para pasto: capim braquiária. O acesso ao sítio é feito por uma estrada municipal que existe apenas na época da seca. Nas chuvas, ela "afunda" embaixo da lama e os 8km até a cidade só podem ser percorridos a pé ou "a burro".
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Nossa história
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